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10 de abril de 2007

Inspetores da AIEA chegam ao Irã

AGÊNCIA ESTADO
Dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que podem fornecer a primeira confirmação independente sobre o anunciado progresso iraniano, chegaram hoje a Natanz para examinar o centro de enriquecimento de urânio que o Irã disse ter ampliado sua capacidade nuclear.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, declarou ontem, em meio a argumentações patrióticas, que o Irã já tinha condições de produzir urânio enriquecido em larga escala, ressaltando que seu programa nuclear tem fins pacíficos. A comunidade internacional teme que Teerã busque desenvolver armas atômicas e o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) já aprovou três resoluções exigindo a suspensão do programa de enriquecimento de urânio.
Ainda hoje, o diretor do Organismo Iraniano de Energia Atômica, Gholam Reza Aghazadeh, afirmou que seu país tem tudo planejado para instalar em Natanz 50 mil centrífugas - um número citado anteriormente pelo governo iraniano como sua principal meta. "Não temos conhecimento de nenhum grande avanço tecnológico recente no programa iraniano que possa mudar a natureza do trabalho de enriquecimento conduzido no país", indicou um comunicado do Ministério russo de Relações Exteriores. A Rússia está construindo, em parceria com o Irã, uma central de energia nuclear na cidade iraniana de Bushehr.
Num relatório divulgado em 11 de fevereiro, o Irã indicou que havia instalado duas cascatas (séries) de 164 centrífugas cada e preparava a instalação de outras duas. No entanto, diplomatas ligados à AIEA disseram que aparentemente o Irã teve problemas técnicos para expandir sua rede de centrífugas e seu programa está num estágio muito menos avançado do que o anunciado.
Um diplomata em Viena disse não acreditar que o Irã tenha instalado as 3 mil centrífugas. "Se observarmos a velocidade com que eles têm feito as coisas e usar a matemática, não chegamos a 3 mil", afirmou. Especialistas disseram que se o Irã realmente instalou as 3 mil centrífugas teria combustível nuclear suficiente para fabricar uma bomba num período de um a três anos, mas, para isso, as centrífugas deveriam estar trabalhando ininterruptamente, algo que eles questionam, já que o projeto está em fase experimental.
Segundo o especialista Mark Fitzpatrick, do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, de Londres, o anúncio de Ahmadinejad soa como um exagero. O Irã fez no passado bombásticas declarações sobre seu progresso para fortalecer seu poder de barganha com o Ocidente.
{Costa}

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